terça-feira, 10 de maio de 2011

A ERA DA OPINIÃO



Vivemos no tempo em que todos querem dar a sua opinião sobre praticamente todos os assuntos, mesmo que não tenham realmente nada importante, ou interessante para dizer, mesmo que seja um palpite totalmente desprovido de fundamento e/ou conhecimento de causa. Pois afinal, queremos a todo custo participar do debate, aí de nós se ficarmos um só instante calados, ouvindo, pensando e/ou refletindo, o que pensarão da gente? 

Poucos são os que realmente tem algum conhecimento sobre algum assunto, é muito mais fácil ter opinião, tomar um lado, “pensar rápido” (ou aparentar que pensou) e aderir a um ou outro ponto de vista (que não é meu, só adotei para não ficar de “mãos vazias”). Afinal de contas, adquirir conhecimento da muito trabalho, tem que estudar, refletir, pensar, enquanto opinião, basta um lampejo de consciência e pronto, já tomamos um partido, levantamos uma bandeira da qual nem sabemos sequer a cor e muito menos o que representa. 

Para muitos (a maioria talvez), esta dinâmica é quase como escolher um tipo de futebol, não há uma razão lógica ou uma sequência de pensamentos racionais, basta escolher um e pronto, está feito, está definido mais uma característica de minha Persona* que provavelmente arrastarei comigo até o fim da encarnação, no mínimo. 

Realmente, parece que a onda dos “enlatados”, dos “fast foods” foram muito além da alimentação, abrangeram também o mundo do pensamento. Afinal, para que demorar analisando cuidadosamente uma questão, pesando prós e contras, se possuo uma gama interminável de frases feitas que posso utilizar em diversas situações? E melhor ainda são aquelas com pitadas de sarcasmo, humor, parece que todo mundo virou comediante. Para aqueles que quiserem mais conteúdo, há fórmulas “auto-ajuda” de historinhas com lição de moral. Como podemos ver, tem para todos os gostos. 

Em verdade, a humanidade para adquirir algum conhecimento, deve (para alguns assuntos) tirar o pé do acelerador e “pensar com calma”, refletir, analisar. Aumentar a velocidade não é sinal de evolução, aderir a uma opinião é diferente de ter uma opinião. Devemos parar de ser fantoches do coletivo e 
selecionar o que realmente serve para nós, o que é bom, o que ajuda, o que evolui, separar o “trigo” do que é lixo mental, aquilo que é vazio de conteúdo, alienação coletiva. 

CAMOS


FONTE DA CRÔNICA 

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