terça-feira, 1 de março de 2011

A História dos Kogi: As crianças dos próximos mil anos




Por Drunvalo Melkizedek



A história que vocês estão prestes a ler é verídica, mas também incomum. Tanto que, se vocês não tiverem a mente aberta, ela parecerá impossível. E se vocês não tiverem um coração aberto, a história não será compreendida para que possa ser vivida.

Nos últimos anos, tenho estado em Yucatán, México várias vezes trabalhando com o xamã Maia Hunbatz Men. Ele tem realizado nos tempos que correm as cerimônias dos antigos sacerdotes maias para trazer e estabilizar as novas energias de nosso Sol — energias que nunca entraram na Terra e que alteram a maneira de percebermos a vida.

Seu trabalho é muito importante para o desenvolvimento do novo mundo na Terra e para o nascimento de nossa nova consciência.

Alguns meses atrás, um homem chamado Ellis, que trabalhava junto de Hunbatz Men, veio ter comigo e começou a me contar esta história. Ele disse que na Colômbia, nas profundezas da floresta amazônica, havia uma tribo aborígine chamada Kogi. Não tinham idioma e “falavam” uns com os outros apenas telepaticamente.

Na verdade, eles produziam pequenos sons, que não eram, contudo, organizados de forma lógica num padrão fonético, tal como um alfabeto. Eram meramente sons, mas que vinham do coração, não da mente, e criavam imagens na cabeça da pessoa, de forma que ela conseguia “ver” o que a outra estava comunicando.

Ellis disse que sem dúvida eles eram capazes de viajar fora do corpo e sabiam tudo o que estava acontecendo ao redor do mundo, embora nunca tivessem fisicamente saído de sua terra natal. Nunca tinham sequer tentado se comunicar com o mundo externo, exceto com uns poucos afortunados.

Os Kogi não nos vêem como se estivéssemos “dormindo,” como várias das religiões hindus e orientais nos percebem. Os Kogi nos vêem como se estivéssemos “mortos.” Não estamos vivos, somos, sim, apenas sombras da energia que poderíamos ser.

Não temos bastante energia de força vital e consciência para sermos por eles classificados como pessoas reais. Os Kogi acreditavam que, com o uso de suas capacidades psíquicas, podiam ver claramente o futuro. E o que viam era semelhante ao que muitas outras tribos em todo o mundo viam: um mundo que estava prestes a ser destruído pelo mau uso da consciência.

Então, há algum tempo, eles viajaram por todo o mundo em seus corpos de luz (Merkaba) procurando alguém que estivesse vivo. Em todo o mundo, conseguiram encontrar só mais uma tribo, cujos integrantes eram maias e moravam nas profundezas das florestas da Guatemala. Ficaram muito contentes por descobrir mais gente viva.

Mas segundo a crença dos Kogi, sua profecia, com a vinda do Eclipse em 11 de agosto de 1999, todo o mundo pararia, e só os Kogi e esta outra tribo maia sobreviveriam para habitar a Terra. Por isto ficaram tão felizes ao encontrar alguém, além deles, que compreendia.

Então, quando o eclipse lentamente revelou sua face em 11 de agosto de 1999, ficou claro para os Kogi que algo acontecera desde a época em que vasculharam o mundo em busca de vida, algo que eles não conseguiam entender. Pois a “grande mudança” acontecera, e nós, os mortos, ainda estávamos aqui. Deveríamos ter nos dissolvido, voltando a ser Sonho. Não que eles quisessem isso, não era essa sua natureza. Simplesmente deveria ter acontecido.

Então, os Kogi se puseram a tentar descobrir por que os mortos ainda estavam na Terra, e à medida que vasculhavam os registros vivos e vibrantes desta Realidade, encontraram exatamente onde acontecera e por que acontecera.

Alguns dos mortos tinham ganhado vida e criado um sonho que continha força vital suficiente para salvar o mundo que conhecemos. Segundo nossas condições, alguns de nós tínhamos criado um mundo paralelo no qual a vida poderia continuar a crescer, um mundo no qual os mortos poderiam se tornar vivos. Os Kogi foram específicos, localizando exatamente quem eram estas pessoas que estavam criando esta mudança que alterara o destino do mundo.

Os Kogi viram estas pessoas com corpos vivos de luz à sua volta, pessoas que tinham ativado seus corpos de luz, ou em termos antigos, sua Mer-Ka-Ba.

(Merkaba, o corpo de Luz)

Como fui um dos professores que transmitiram estas informações, os Kogi enviaram um mensageiro a Ellis e de Ellis para mim. Eles me enviaram um pouco de tabaco embrulhado num pedaço de algodão vermelho vivo, dizendo simplesmente: “Obrigado.”

Uns meses depois, os Kogi mandaram a Ellis outro presente para me dar com uma mensagem. O presente era uma pequena bola feita de resina de árvore escura e pegajosa mais ou menos do tamanho de uma ameixa. Tinha cheiro da floresta. Havia neste presente de resina uma energia que eu sentia em minhas profundezas. Eu sentia a ligação em meu coração.

A mensagem dizia que eles enviariam alguém para me ensinar a falar sem palavras de forma que pudéssemos nos comunicar. Disseram então que, quando a ligação e a comunicação fossem estabelecidas, pediam que eu entrasse na floresta colombiana e visitasse sua tribo. E que se eu visitasse o mundo deles, eles visitariam o meu. Estariam então preparados para, pela primeira vez na história de sua tribo, sair da floresta, e aparecer na televisão no mundo todo, nada menos, para falar conosco — seja qual for o significado de “falar,” visto que, pelo que sabemos, eles não têm idioma, embora eu não tenha certeza. E o que têm a dizer, também não sei. Mas por meio deste pequeno pedaço de resina de árvore, estou começando a sentir.

Quando Ellis foi embora depois desta segunda visita, sentei-me a pensar em todo este acontecimento. Era verdade que os Kogi conseguiam ver com tanta clareza a Realidade? Iam realmente enviar alguém para me ensinar a falar sem palavras? O que realmente significava tudo aquilo? Meditei com os anjos, mas eles simplesmente aprovaram o que estava acontecendo e não me deram informações nem assistência.

Então, no mês passado, em 1O de novembro, dei um seminário Terra/Céu no México. Vieram aproximadamente 100 pessoas de todo o México, América Central e do Sul, e um dos países do qual veio muita gente foi a Colômbia. Neste grupo havia uma jovem cujo nome vou omitir para protegê-la.

Era diferente de todos os outros colombianos. Sempre que entrávamos num espaço sagrado e sentíamos a presença de Deus, ela começava a aparentemente enlouquecer de êxtase. Não que isso fosse realmente incomum, mas era extremo.

Esta mulher se tornava primitiva. Todo seu corpo começava a tremer, e um pessoa diferente emergia dela, fazendo com que suas palavras produzissem uma sensação diferente e ela apresentasse uma linguagem corporal diferente. Eu a observava, buscando a razão por que ela fora ao seminário e procurando uma maneira de ajudá-la.

Então, no último dia do seminário, aconteceu. O grupo formara um grande círculo, e estávamos cantando para Deus. Esta moça se desligou do círculo e começou a dançar de maneira primitiva e desinibida no centro do círculo. Abandonou-se e pareceu perder o controle.

Fui até ela e peguei-lhe a mão para confortá-la, ela agarrou minha mão e me olhou fundo nos olhos, fazendo um som suave e veemente. O som foi diretamente a meu coração e vibrou exatamente em meu centro, e consegui “ver” o que ela estava dizendo. Eu nunca experimentara coisa parecida. Naquele momento, não entendi o que estava realmente acontecendo. Meu coração simplesmente reagiu.

Levei-a para fora do círculo e me sentei olhando-a. Então, ela fez outro som, e meu corpo respondeu com um som semelhante que nunca viera de mim. Instantaneamente estávamos conversando de uma maneira nova e profunda, tão bela, tão completa. Fazia todos os idiomas do mundo parecerem inadequados e obsoletos. Durante duas horas, comunicamo-nos por meio de imagens plenas de cor e profundidade, com toda a completitude sensória da vida real. Aprendi muito. Aprendi sobre a vida, e aprendi sobre aquela mulher dentro de uma mulher.

Por meio de seus sons, ela me mostrou de onde viera, uma pequena aldeia vizinha à tribo Kogi. Mostrou-me seu marido e seus três filhos. Conheço-os como se fossem minha família. Levou-me a visitar sua aldeia, quando conheci outros dois homens mais velhos que eram da tribo Kogi. Mostrou-me como sua tribo lhe pedira para entrar no corpo desta mulher e vir me ver.

Fora instruída a ensinar-me a falar sem palavras. Disseram-lhe que, assim que tivesse feito só esta única coisa, poderia sair do corpo desta mulher e voltar para casa e ficar com sua família. Sentia muita saudades do marido e dos filhos. Pude “ver” como, quando aquela moça voltasse para casa, ela sairia deste corpo. Pude ver seu próprio corpo deitado sobre um monte de capim dentro de uma cabana de sapé esperando este momento.

Quando voltei para casa, vi minha mulher, Claudette, a quem amo tanto, sob uma nova luz. Amava-a de modo diferente, porque podia ouvir os sons vindos de seu coração. Podia ver sua dor e sua alegria. Eu estava tão contente por causa desta experiência com os Kogi, mas ainda não sabia o que estava acontecendo comigo. Parecia trazer uma grande expectativa de algo por vir.

Então, duas semanas atrás, dei um seminário Terra/Céu em Maryland. Enquanto estava me arrumando e preparando para o seminário, contei esta história a uma mulher chamada Diane, que estava ajudando no seminário. Ela perguntou se eu iria demonstrar estes sons. Concordei em fazê-lo.

Sentamo-nos de frente um para o outro, e pedi-lhe que fechasse os olhos. Então veio um som de meu coração e no mesmo momento uma imagem apareceu em minha mente. Era a imagem completa de um gato grande, uma suçuarana (uma onça brasileira), caminhando à margem do Amazonas, perto da água. Então saltou para uma árvore e começou a andar na beira de um galho longo e pesado que lentamente se inclinou até o chão. O felino saltou de volta ao chão e continuou a caminhar à beira da água. Abri os olhos. Tudo isto só durou cerca de um minuto.

Perguntei a ela o que vira, e ela começou a me contar exatamente o que eu tinha visto. Descreveu tudo perfeitamente. Uma alegria brotou em meu coração.

Então, pedi-lhe que fechasse os olhos novamente. Outro som lento e estranho veio de meu coração, e instantaneamente outra imagem. Eu não apenas vi, como também experimentei o que parecia ser eu mesmo, saindo flutuando do corpo da mulher da Colômbia e me erguendo no ar. Então, senti que começava a voar muito rápido por cima da floresta. Via as árvores se movendo rapidamente abaixo de mim. Cheguei rapidamente a uma aldeia, e senti que descia para mais perto do chão, na direção de uma cabana de sapé específica. Logo depois, eu estava dentro do corpo desta mulher da tribo, olhando pelos seus olhos. Ela sabia que eu estava lá. Não se importou; devia acontecer.

O marido rapidamente segurou a mulher/a mim, obviamente feliz por ela/eu ter voltado. Ele também sabia que eu estava lá e também estava muito contente. Então, todos os três filhos dela vieram correndo e começaram a abraçá-la e acarinhá-la. O mais jovem veio e começou a mamar em seu peito. Foi uma experiência muito comovente encontrar esta família que eu não conhecia, e no entanto conhecia. Então abri os olhos.

Esperei um momento para me centrar depois desta experiência, e então perguntei a Diane o que ela vira. Começou dizendo que se experimentara como um “bicho” a sair do corpo desta mulher. Então se ergueu ao céu e começou a voar sobre as árvores de uma floresta. Ela observou como descemos para a cabana de sapé e nos encontramos com a família. Viu perfeitamente.

Fiquei longo tempo sentado. Podia sentir que estava diante de uma dádiva de valor incomparável. Mas o que significava para mim ou para o mundo? Tudo foi uma experiência tão incomum que ainda não sei o que significa.

Quando voltei para casa, depois do seminário de Maryland, todas as noites, nos primeiros sete ou oito dias, dava comigo sonhando que estava “em casa” nesta aldeia. O sonho durava a noite inteira, e me lembrava de todo ele na manhã seguinte. Sonhava que estava fazendo minhas tarefas na aldeia e levando minha vida, cuidando de meus filhos e marido. Muitos, muitos homens das duas tribos vinham ter comigo, fazendo-me perguntas por meio de sons que produziam imagens. Eram pessoas lindas e, sim, estavam “vivas.”Compreendi por que nos consideravam mortos. Eu podia “sentir com a visão de meu coração” o que elas queriam dizer. Sabia que tinham intenção de ajudar se pudessem. Estavam espantadas por eu estar lá. E eu também.

Agora, isto é só o começo. Os Kogi estão entusiasmados com a maneira como estamos crescendo. Querem vir a nós. Se Deus quiser, eles virão. Pediram-me agora para lhes dar uma mensagem em seu idioma se vocês puderem aceitá-la — vocês descobriram seus corpos de luz e estão mudando o mundo por meio de suas vidas.

“Vocês estão mudando o mundo, transformando-o em luz. Não tenham medo de sua inocência e de sua natureza infantil; estão perto de Deus. Deixem sua imaginação pairar, entrando num Sonho no qual o amor envolve todos os acontecimentos, então vejam-no como real. Deixem que os sons de seus corações falem com os que não estão vivos. Vocês lhes mostraram o caminho por meio de seu exemplo. Agora mostrem-lhes o caminho a partir de dentro. Escutem, e seu coração falará. Estamos com vocês agora. Vamos ajudá-los.”

Que os próximos mil anos sejam dourados, e que as crianças inocentes mostrem o caminho.

Eu amo vocês.

Drunvalo Melkisedek.

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